pós-graduação

Uma ação conjunta entre Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Companhia de Informática de Pelotas (Coinpel) promoveu grande queda na taxa de abandono do tratamento da tuberculose no município. A iniciativa foi selecionada pelo Ministério da Saúde como uma das 15 experiências exitosas no enfrentamento à doença no Brasil.

O Projeto de extensão do curso de Enfermagem da UCPel, Adesão: Fortalecimento das Ações de Controle da Tuberculose conta com o trabalho de alunos no monitoramento destes pacientes. “O projeto vem no que tange ao combate à tuberculose visando a adesão do tratamento” comenta Greice de Matos, docente da Universidade e coordenadora da Rede de Doenças Crônicas Transmissíveis Prioritárias da SMS.

O monitoramento se dá através de ligações feitas aos pacientes que estão em tratamento. A partir das perguntas de um prontuário eletrônico, é possível identificar a continuidade do tratamento e seus possíveis efeitos colaterais; prover informações quanto à necessidade de agendamento de novas consultas, bem como lembretes daquelas que já estiverem marcadas.

Como o público atingido pela doença é, em sua grande maioria, bastante vulnerável, há casos em que o tele-monitoramento não é efetivo. Assim sendo, os alunos do projeto também fazem uma busca ativa, junto às professoras, realizando visitas domiciliares.

Durante o ano o projeto ainda exerceu ações de rua, visando encontrar sintomáticos respiratórios, para que os tratamentos fossem iniciados o quanto antes. O trabalho foi feito na Unidade Básica de Saúde do Py Crespo (administrada pela UCPel), no bairro Getúlio Vargas, no Mercado Central e no Centro Pop, serviço de atendimento a pessoas em situação de rua da Prefeitura.

 

Abandono do tratamento

O tratamento da tuberculose é extenso, tem duração de pelo menos seis meses e a melhora dos sintomas, geralmente, acontece em duas ou três semanas — o que propiciava o alto índice de abandono.

Graças a ação promovida, conseguiu-se reduzir a taxa de abandono do tratamento em 87,5%, passando de uma média de quatro pacientes para apenas 0,6 durante os cinco meses de trabalho.

A preocupação em manter os pacientes fazendo o uso correto e contínuo da medicação é importante tendo em vista que a desistência provoca o desenvolvimento de uma forma da doença resistente aos tratamentos, a tuberculose multirresistente. Este tipo de tuberculose tem crescido mundialmente, segundo informa a Fundação Oswaldo Cruz.

Redação: Caroline Albaini